Era tarde de sábado, shopping cheio e Carol foi comprar um presente de aniversário para a festa da amiga da filha.

 

Na loja de roupas, dessas grandes de rede, ela está saindo de mãos dadas com a filha quando a menina pergunta:

 

─ Mamãe, o que está acontecendo ali?

E aponta uma das saídas da loja onde um segurança está de frente a uma mulher negra, também acompanhada da filha, que um tanto nervosa e claramente constrangida procura por algo na bolsa.

 

Sem nem responder à filha, Carol a puxa em direção a cena e pergunta diretamente à mulher:

─ O que está acontecendo, você está bem? Precisa de ajuda?

 

Antes que Maria pudesse responder o segurança atravessou:

─ Está tudo sob controle, não precisa se preocupar senhora, só estamos esperando para ver a nota de compra que a moça aqui está procurando, não é mesmo?

 

Carol percebendo o desconforto e nervosismo da mulher se coloca ao lado dela e replica:

─ Ficarei aqui com você caso precise de algo.

A mulher localiza a nota estende ao segurança que um tanto surpreso e  bastante sem graça pela presença da Carol ali, mal olha o papel e diz:

─ OK ok, pode ir…

 

Carol diz -  sinto muito. enquanto Maria respira fundo, agradece com o olhar e sai de mãos dadas com a filha.

 

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Ser antirracista implica ação, é importante que pessoas brancas usem seu lugar de privilégio para apontar e coibir situações de discriminação.

 

Carol tomou atitude e reconhecemos a relevância disso, oferecer apoio da maneira como ela fez legitima a sensação de incômodo e indignação que Maria sentia, mas ela também poderia ter indagado o segurança o por que ele estava pedindo a nota fiscal à mulher negra e não à ela, e que esse comportamento é portanto racista e inaceitável.

 

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